quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Olá queridos

 É com muita honra e alegria que dou ínicio as minhas postagens e para começar quero dividir com vcs as palavras da fantástica escritora Clarice Lispector:

 Não tenho tempo para mais nada...
Ser feliz me consome muito.
Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania:
-depende de quando e como você me vê passar.
Eu acreditava em anjos.
E, porque acreditava, eles existiam.
Perder-se também é caminho.
Já que se há de escrever, que, pelo menos, não se esmaguem com palavras as entrelinhas.
Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso.
Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.
Não se preocupe em entender.
Viver ultrapassa qualquer entendimento.
Todos os dias, quando acordo, vou correndo tirar a poeira da palavra “amor”.
Há a vida que é para ser intensamente vivida.
Há o amor, que tem que ser vivido até a última gota.
Sem nenhum medo. Não mata.
Sempre conserve uma aspa à sua esquerda e outra à sua direita.
Que medo alegre o de te esperar!
Tenho medo de dizer quem sou: no momento em que tento falar, não exprimo o que sinto e o que sinto se transforma, lentamente, no que eu digo.
Quando se ama, não é preciso entender o que se passa lá fora, pois tudo passa a acontecer dentro de nós. Eu nem entendo mais aquilo que entendo.
Pois, estou infinitamente maior do que eu mesma...
Então, não me alcanço.
Ouve-me. Ouve o meu silêncio.
O que falo nunca é o que falo e, sim, outra coisa.
Capta a “outra coisa” porque eu mesma não posso.
Você pode, até, me empurrar de um penhasco...
E daí? Eu adoro voar!
E ninguém é eu. E ninguém é você.
Esta é a solidão.
Minha alma tem o imaterial peso da solidão no meio de outros.
O que verdadeiramente somos é aquilo que o impossível cria em nós.
Sou composta por urgências: minhas alegrias são intensas,
Minhas tristezas, absolutas.
Me entupo de ausências, me esvazio de excessos.
Eu não caibo no estreito...
Eu só vivo nos extremos...

Clarice Lispector

Um comentário:

  1. É minha cara como diz mesmo a grande Lispector ..."Que ser feliz me consome" que a felicidade surpreenda na sua vida, sabe o que penso que Sua simplicidade falava-me de um Deus que não julga, mas compreende, que não afasta, mas ama. Seu olha permite-me viajar por aventuras ora corretas, ora necessárias para minha curiosidade, caí algumas vezes, mas eu sabia que voce estava por ali para qualquer arranhão mais doloroso, sabe Dai nós temos o poder de dar significado às pessoas que amamos. E poder de tirá – las do meio da multidão e ajudá- las fraternalmente, pessoas que precisam de uma Mão, temos duas, pessoas fragilizadas, precisam de uma palavra, Temos tantas. E as usamos com tantas imprecisões, com tanto desperdício, que hora certa acabamos calados, economizando elogios, ternura. Com meu Abraço Amigo Lillian.

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